segunda-feira, 16 de fevereiro de 2009

Sonoplastia contra a burocracia

Depois de litros de suor, algumas lágrimas e muita tensão, finalmente eu e a Carla estamos morando juntos. A casa, aos pouquinhos vai se acertando, e a gente também. Ainda falta o gás e o armário da casa, mas não falta amor...
Cheguei a pensar em descrever todos os sofrimentos burocráticos que nós passamos, mas aí ninguém leria este texto, que teria o tamanho de um clássico, daqueles de capa dura (mas sem qualidade). Resolvi só pontuar um dos obstáculos que podem dar a dimensão do todo. Aliás, não dá não: só passando pra ver.
Comprei uma casa e estou financiando-a pela previ-rio. Um dia, liguei para a previ-rio para tirar uma dúvida e, depois de tocar o telefone uma eternidade, um sujeito atendeu. Mas o camarada fingia que não me ouvia, e ficava repetindo "Alô? Alô?" e desligava o telefone. E aí ocorreu o milagre: por mais que ele batesse o telefone, a linha não caía. Como eu não sou ingênuo de acreditar em milagre da Oi-telemar, só posso acender uma vela para o Arcanjo Gabriel, padroeiro das comunicações. Não desliguei. Insisti. Ele também: atendia e batia o telefone.
Daí eu percebi: este sujeito quer ligar para alguém. Assim que ele atendeu, eu simulei o som de sinal de telefone: "TÚUUUUUUUUUUUUUUUUUUU". O cara começou a discar... Aí eu explodi: "você tá me ouvindo! Você tá me ouvindo!" Ao cair na minha armadilha, disfarçou mais um pouco e acabou me atendendo. É isso aí: contra a burocracia, só a sonoplastia!
Após toda a papelada, descobri que a Lei de Murphy está errada. Sou mais a lei das probabilidades: é tanta burocracia, é tanta coisa que pode dar errada que, fatalmente, pelo menos algumas centenas de M... acontecerão.
Em compensação, agora estou experiente. Caso você for comprar uma casa, eu não vou conseguir te ajudar. Mas eu vou te entender. Podes chorar as mágoas no meu ombro amigo.

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