terça-feira, 13 de maio de 2008

Inesquecível

Tem jogos de futebol que marcam. Pode ser por significar um grande título (Vasco 0x0 Palmeiras - 1997. Vasco campeão brasileiro), por ser um grande jogo, ou uma grande goleada (Vasco 4x1 flamengo, segunda fase do Brasileirão de 1997) ou por apresentar uma virada inesperada (Vasco 4x3 Palmeiras, final da copa mercosul). O jogo de quarta-feira, dia 07/05/08 entra nesta última categoria. Os flamenguistas tinham certeza da vitória, mas isto não é novidade. Pergunte para um flamenguista quem vai ganhar o Brasileirão deste ano: "Mengão, com certeza", muitos dirão. Com a cabeça baixa, mas dirão. No caso da memorável partida, ninguém, botafoguense, tricolor ou cruzmaltino, esperava uma virada do América do México, pois era um ponto fora da curva: o Flamengo nunca tinha passado por situação tão vexaminosa ao longo dos seus 113 anos de história.
O América, último colocado do campeonato mexicano, tinha no gordinho Cabañas a sua principal esperança. Os flamenguistas riram. Logo eles, fãs dos rechonchudos Ronaldo e Obina.
Mas o mais maravilhoso do futebol é que absurdos acontecem. O time do Flamengo queria dar a vitória de presente de despedida para Joel Santana e, afinal, não poderia ser derrotado em "seu" templo sagrado, onde a torcida leva o time às vitórias. As ilusões alimentadas pela imprensa não resistem a realidade... O América jogou recuado, atacou cinco vezes e fez três gols, dois contando com a ajuda de um velho craque das laranjeiras: o sobrenatural de almeida.
O flamengo atacou com tudo: Obina, Souza, Marcinho, Diego Tardeli... todos perdendo gols. Exceto Obina que, iluminado, sempre decide os jogos: desvia o chute de Cabañas, Bruno batido, bola na rede. América, sem jogar bem, ganha do invencível flamengo em seu templo sagrado e por um placar impossível: 3x0.
É, o mundo do futebol, se não é uma roda gigante, é uma montanha russa. As quedas são assustadoras. Nunca um time comemorou tão pouco um título estadual quanto o Flamengo de 2008. Carreata cancelada, festas desmarcadas e uma lição impressa na testa: a dor, no futebol, é para todos.
Saudações cruzmaltinas.
PS: na final do Mercosul, na qual o Vasco virou um jogo em que estava perdendo do Palmeiras por três a zero, o técnico do Vasco era o Joel Santana...

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